domingo, 1 de julho de 2012

pequeno coro bêbado

"Madrugada
Sou da lira
Manhãzinha
De ninguém
Noite alta
É meu dia
E a orgia
É meu bem"



Samba pela avenida, a dois passos da ponte a noite pode se tornar infinita. Lembra Eduardo Marciano nos acessos boêmios de cantar trepando nos galhos de concreto. Abrir os braços e ocupar toda a rua, abraçar toda a cidade, amar todos os indivíduos, expressar para todas as janelas que a noite, a noite é rara. O passo cambaleante, os amigos atropelando-se pelas guias: vem aqui que isso não acaba nunca, o ser só se torna ser quando traz à superfície o inconsciente, que inconsciência?, estamos todos aqui agora. Vamos parar o tempo, olhar para os rostos encavalados nos terraços julgando com suas velhas teorias o novo sangue bêbado das ruas. Pegue mais um copo e beba, beba a Dionísio por tão perfeita embriaguez de espírito em tempos tão retidos. É o que resta, afinal, longe desses muros, a dois passos da ponte; a fumaça, o copo cheio, a lua.

2 opiniões:

Anônimo disse...

Essa menina vai longe. Parabéns.
A.

Nathália disse...

como diz a foto: "as melhores cabeças" shauihsiuah
linda (: amei muito.

 

lacrônico, o espaço das crônicas. © 2010

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