quarta-feira, 13 de junho de 2012

Primo Basílio

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Primeiro me olha de soslaio, sente a nudez de meu pulso quando tomares minha mão nas tuas.
Finge que erras o beijo no rosto e beija o canto de meus lábios, prende-me o colar no pescoço e passa os dedos pela pele.
Abraça minha cintura e sente a respiração fraquejar.
Esfrega o teu suor no meu, faz juras de amor sussurradas ao pé do ouvido.
Não deixa as cartas com teu cheiro. Fecha a porta, Primo Basílio, para que meu amor não te pegues.







ps.: originalmente, Primo Basílio terminava com "para que meu marido não te pegues". Porém, relendo-o quatro meses depois, senti o terrível e ameaçador impulso de trocar por "amor" ao invés de "marido". Fique assim, pois, o desejo satisfeito do meu íntimo com a ambiguidade que agora deixou...
 

lacrônico, o espaço das crônicas. © 2010

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