Encontrado em meio a cartas de banqueiros, havia um bilhete de seu amigo contando mais uma de suas sádicas aventuras com mulheres bem pagas. Esse bilhete, em especial, merecia uma moldura para ser posto na parede; o retrato autêntico de um homem à beira de seu desespero. Em apenas poucas linhas, ele dizia:
"Insisti-lhe para que tirasse logo a roupa, chegando a comprimir sua garganta com as mãos. Qual não foi minha surpresa quando, tirado tudo, aquela distinta mulher revelou-se um composto oblíquo de elementos flácidos!"
terça-feira, 21 de fevereiro de 2012
vira, Edmundo
0opiniões
Escrito -
Tais G. Faraco
Edmundo animal, bêbado como um cachorro no banco da Rua Direita. Ele e o outro, pondo-se a brincadeiras de músicas, cada qual olhando para cima sem lembrar-se de nenhuma. “Como é aquela mesmo? Ta na na nan” e com o corpo deu um floreio, tentando fazer o ritmo da bateria. O outro negou, o floreio não era daquele jeito, talvez menos curvo, assim. Os dois rodando no ar, unicamente para trazerem à memória a primeira palavra que evocasse a bendita música, os dois enérgicos, adeptos da filosofia de que o movimento aviva as recordações; foram tachados de loucos pela senhora que passou no outro lado da calçada carregando as compras do mercado.
Eram loucos? Outro dia Edmundo subiu ao ônibus de barba feita, cabelo lavado e calça nova. Não perguntei se era uma ocasião solene, visto que trazia as duas mãos postas calmamente no colo em caráter sério. Última vez fora visto bêbado como um cachorro no banco da Rua Direita, com o outro. Mas deram-lhe um sossego, afinal, era Carnaval.
Eram loucos? Outro dia Edmundo subiu ao ônibus de barba feita, cabelo lavado e calça nova. Não perguntei se era uma ocasião solene, visto que trazia as duas mãos postas calmamente no colo em caráter sério. Última vez fora visto bêbado como um cachorro no banco da Rua Direita, com o outro. Mas deram-lhe um sossego, afinal, era Carnaval.
sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012
seis e meia
0opiniões
Escrito -
Tais G. Faraco
Nesses dias em que a tarde parece que posa com volúpia, só pedindo para ser fotografada, insinuando-se mais e mais a cada minuto que passa. E não há uma câmera, há apenas palavras. Mas não parece ser suficiente, e então a tarde se fecha num breu, ressentida.
Assinar:
Postagens (Atom)